segunda-feira, 17 de abril de 2017

Indústria ferroviária prevê queda na produção

Transportes sobre trilhos  🚄

A desaceleração dos investimentos em projetos de expansão da malha de transporte sobre trilhos decorrente da crise econômica, impactou nas encomendas por novos produtos às empresas desse segmento.E, por hora, não há indicativos de que a situação será melhor a partir de 2018 – apesar das expectativas de recuperação da economia. 

CNT - ANPTrilhos
foto - ilustração/arquivo
A indústria ferroviária brasileira projeta queda na produção para o ano de 2017, em comparação com 2016. A desaceleração dos investimentos em projetos de expansão da malha de transporte sobre trilhos decorrente da crise econômica, impactou nas encomendas por novos produtos às empresas desse segmento. Para este ano, a Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) estima que ficarão prontos 278 carros de passageiros, ante 473 de 2016, e 2.300 vagões, contra 3.903 do ano passado, o que significa uma redução aproximada de 40%.
E, por hora, não há indicativos de que a situação será melhor a partir de 2018 – apesar das expectativas de recuperação da economia. O presidente da entidade, Vicente Abate, explica que, no caso dos carros de passageiros, o prazo entre a encomenda e a entrega é de cerca de dois anos. “Para que pudéssemos ter um volume maior a partir do ano que vem, precisávamos de contratos a partir de 2016. Mas absolutamente nenhum foi assinado por cliente que estivesse encomendando algum item”, explica.
Para não paralisar totalmente a produção de carros de passageiros a partir de 2018, as empresas estão renegociando com os clientes os prazos de entrega de itens já contratados.
O cenário de incertezas se forma logo após a indústria ter recorde de produção. No ano passado, foram fabricados 473 carros de passageiros, contra 322 de 2015, o melhor desempenho já registrado.
Segundo Vicente Abate, a esperança do setor é que projetos de mobilidade relacionados ao transporte sobre trilhos que já estão contratados ou em execução avancem (são 245 quilômetros previstos para os próximos cinco anos) e que outros saiam do papel (há 25 projetos com potencial para contratação e início de obras até 2022, com 1.266 quilômetros de extensão, no total). Isso poderia melhorar os resultados no segmento.
Contudo, os sinais não são favoráveis: “a visão de hoje é menos otimista, porque não tem acontecido. O poder público está sem capacidade de investimento e novas contratações de encomendas de carros devem ficar paralisadas. E aí começa a prejudicar e haver movimento de perda de mão de obra”, complementa. O setor emprega diretamente quase 18 mil pessoas. De acordo com a Abifer, desde 2014, de dois mil a três mil postos foram cortados. Parte das demissões decorreu da crise e parte em razão de reestruturações internas de empresas que conseguiram melhorar a produtividade.
Atualmente, o Brasil dispõe de 1.034,4 quilômetros de malha para o transporte de passageiros sobre trilhos. Mas, para solucionar gargalos na mobilidade em grandes cidades, estima-se que é preciso aumentar a disponibilidade desses sistemas em cerca de 85% (850 quilômetros), conforme o estudo Transporte e Desenvolvimento: Transporte Metroferroviário de Passageiros, da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
Para o transporte ferroviário de cargas, o segmento espera que se concretize a renovação antecipada de concessões, já anunciada pelo governo federal. Conforme a Abifer, se isso ocorrer ainda no primeiro semestre, a produção de vagões poderá alcançar três mil unidades neste ano. Do contrário, será mantida a previsão de cerca de 2.300, mesmo nível de 2013. No ano passado, foram entregues 3.903 unidades. Em 2015, foram 4.683.
A produção de locomotivas deve ficar estável, com 100 unidades em 2017.
Fonte - ANPTrilhos  17/04/2017

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