domingo, 27 de novembro de 2016

Os RIOS de Salvador não nasceram esgotos

Ponto de Vista  🔍

Caro Sr. "JC Teixeira Gomes Jornalista, membro da Academia de Letras da Bahia".Como não me foi possível postar esse meu comentário,embora tenha tentado por inúmeras vezes sem sucesso,na sua matéria publicada e abordando os rios urbanos de Salvador (e aqui reproduzida abaixo), na coluna Opinião no site de A Tarde em 22/10/2016, publiquei o cometário em nossa pagina, movimento "Salvador Sobre Trilhos" no Facebook,o qual reproduzo também agora neste Blog.

A.Luis
foto - ilustração/A Tarde
Em 1º lugar gostaria de informa-lo que o nome correto do rio é CAMARAJIPE,e não Camurujipe,este nome na verdade identifica uma empresa operadora de ônibus rodoviários em nosso estado.Em 2º lugar não me consta que os rios nasceram poluídos e fétidos,se assim hoje se encontram,é unica e exclusivamente pelo descaso e o descompromisso do poder público em mante-los limpos e saudáveis ao longo do tempo.Os rios Camarajipe e Pituaçu já foram responsáveis pelo abastecimento de água potável de Salvador,o Sr sabia disso?....hoje a capitação da água utilizada pela cidade vem de Pedra do Cavalo distante mais de 100 km de Salvador outra parte do rio Joanes na RMS,o Sr. sabe o custo disso?.Pois bem conheço varias cidades na Europa,entre elas a cidade de Lyon na França,banhada pelos rios Rhône e Saône,limpos navegáveis e que abastecem a cidade com água potável servida diretamente nas torneiras,sem o uso de filtros ou qualquer outro tipo de trapizonga,geralmente utilizada aqui,para purificar a água a ser ingerida.Cabe lembrar ao Sr.Jornalista, membro da Academia de Letras da Bahia,que essa prática de tamponamento dos rios urbanos é tão danosa e inaceitável quanto a falta de zelo das autoridades e da população com os mesmos,pois se o caro Sr. não sabia os alagamentos que tantos danos provocam a nossa cidade durante a ocorrência de chuvas,acontecem justamente pela limitação da carga hídrica imposta pelo tamponamento dos rios,forçando o excesso de água a procurar outros caminhos expandindo-se para as vias públicas,ai nesse caso,causando enchentes alagamentos e enxurradas. Ocorre Sr."Acadêmico",que atualmente de acordo com um novo conceito de política urbana sustentável adotada e desenvolvida em vários países europeus,asiáticos e outros pelo mundo,os rios passaram a receber o tratamento devido e adequado,sendo destampados recuperados e revitalizados,vias e viadutos que antes tampavam e escondiam os rios e serviam para o trânsito de veículos,foram literalmente demolidos,e os rios foram devolvidos a cidade e a população,limpos,urbanizados e saudáveis,tornando-se uma parte importante para as cidades que adotaram a política da "sustentabilidade",inclusive influindo positivamente no equilíbrio do clima local,e na melhoria da qualidade de vida da população,pois o cimento que antes os recobriam,criavam cicatrizes danosas e delapidavam a paisagem urbana,agindo no sentido inverso e contrário. Pois bem Sr.JC Teixeira Gomes Jornalista, membro da Academia de Letras da Bahia,seria de muito bom alvitre que o Ilmo Sr.pudesse se informar mais a respeito de tão delicado tema,para rever e reavaliar os seus conceitos e a sua opinião a respeito do mesmo,que ao nosso entendimento é deveras importante para a nossa cidade e para a sua população.Não podemos tratar os nossos rios com desprezo ou desdem ou como se fossem uma "ameaça a nossa cidade",relegando-os a uma condição de meros intrusos ou incômodos trambolhos causadores de problemas em nossa cidade,mesmo porque,aqui chegaram todos eles,muito antes de todos nós.Devemos sim cuida-los respeita-los e entender que é possível e muito mais benéfico e saudável uma convivência harmoniosa,respeitosa e pacífica,porque dessa forma todos sairemos,ganhando,a cidade,a população,os rios,o clima e a natureza que se revitaliza e penhoradamente agradece.

Cordiais Saudações
A.Luis - (apenas)
Editor desse Blog
Membro e coordenador do
Movimento Salvador Sobre Trilhos
(Mobilidade com Sustentabilidade)
Movimento participante do Foro a Cidade Também é Nossa
Pregopontocom 27/11/2016


Matéria  publicada em A Tarde na coluna Opinião em 20/10/2016

Os rios de Salvador ameaçam população

JC Teixeira Gomes Jornalista, membro da Academia de Letras da Bahia
Salvador possui bacia hidrográfica pobre, constituída de rios que, em geral, são poluídos, exalam cheiro fétido, de fezes e podridão, e, em tempos de dengue, zika e chikungunya, são permanente ameaça para a saúde da população.
Em várias partes do globo, rios são formações imponentes da natureza. Banham e fecundam regiões, cidades, povoados, geram a energia das hidrelétricas, enriquecem a agricultura, criam paisagens raras, de cachoeiras e quedas de água. Contribuem para que a engenharia humana construa magníficas pontes. Fernando Pessoa lembrava que nada existe de mais belo “que o rio da minha aldeia”.
Algumas cidades praticamente existem por causa deles: é o caso do Egito, que o historiador Heródoto qualificou de “uma dádiva do Nilo”. Muito famosos são, entre outros, o Amazonas, no Brasil, sustentáculo da fantástica floresta; o Sena, na França, glória turística de Paris; o Tâmisa, em Londres; o Tejo, em Lisboa, o “Velho Chico”, na Bahia. No Danúbio viajei de lancha de Budapeste até Viena, passando por Bratislava. Uma valsa de Strauss imortalizou o Danúbio como “azul”, mas na verdade o grande rio é amarelo.
Enquanto esses cursos de água são majestosos, Salvador não foi beneficiada com grandes rios. Os nossos são pequenos, feios e poluídos. A maior bacia da capital possui apenas 14 quilômetros de extensão, é a do rio Camarujipe ou Camurujipe, que nasce em São Caetano e desemboca entre o Parque Costa Azul e a Av. Octávio Mangabeira, em percursos que a população às vezes nem nota. Outros insignificantes cursos líquidos de Salvador são os da Lucaia, das Pedras, do Imbuí, dos Seixos, etc., e o mais conhecido, o das Tripas, assim chamado porque, desde o início da formação da cidade, os matadouros nele jogavam as vísceras dos bois. Não é um nome que recomende uma cidade turística.
Muitos desses rios exalam em certas épocas cheiro intenso de podridão. Um dos piores lugares é o Parque Costa Azul, cujas águas por vezes se revelam estagnadas e, o que é pior, recebendo forte carga de lixo e imundícies, que agravam o mau cheiro e espalham muriçocas nas redondezas. Jamais entendi como a população que mora nos numerosos edifícios da Avenida Magalhães Neto consegue suportar a pestilência, quando já deveria ter ido às autoridades, para providências que não só eliminassem a fedentina como o perigo da proliferação de mosquitos nocivos.
Escrevo sem ter certeza sobre qual área da administração responde diretamente pelo problema. Lembro, por exemplo, que na Avenida Centenário, o extenso curso d’água que ali existia foi recoberto pela prefeitura. Mas também evoco o projeto de saneamento da administração Paulo Souto que se chamava “Bahia Azul” e foi realizado, primordialmente, no Parque Costa Azul. O importante é que o processo de profilaxia dos rios baianos não seja mais retardado, pelo potencial dos perigos que a exposição, a céu aberto, desses cursos de água podre, causa para os habitantes de Salvador. A providência de recobri-los, como ocorreu na Avenida Centenário, deveria ser estendida a outros locais, sobretudo na região do Costa Azul, onde, segundo creio, o problema se reveste de maior gravidade, pela periodicidade com que o mau cheiro se implanta.
Esse exemplo poderia ser seguido pelo prefeito ACM Neto, beneficiado pela reeleição, que lhe abre a oportunidade de realizar obras de mais envergadura do que aquelas que marcaram sua primeira gestão, voltadas para o embelezamento e a recuperação de pontos decadentes. Entre as obras audaciosas de engenharia que Salvador exige, o capeamento e a despoluição dos rios infestados, que ameaçam a saúde pública, é tarefa inadiável, a exigir até mesmo a coordenação de esforços municipais e estaduais, em busca de uma solução comum.
Fonte - A Tarde 22/10/2016

VEJA TAMBÉM - Até quando Salvador?

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