sábado, 12 de março de 2016

Mais de 70% do vazio cartográfico da Amazônia é mapeado

Amazônia

O projeto alcançou, em 2015, execução de 71,14% da meta. O investimento com recursos da União é de mais de R$ 333 milhões, dos quais R$ 237 milhões já foram executados. A iniciativa compreende a elaboração de cartas náuticas, mapeando os principais rios navegáveis da região, e também cartas geológicas, mostrando os potenciais geológicos da área. A previsão é que os trabalhos estejam finalizados até 2018.

C/informações do Ministério da Defesa
foto - ilustração/Portal Amazônia
MANAUS - Um projeto coordenado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), do Ministério da Defesa, já mapeou mais de 70% do chamado “vazio cartográfico da Amazônia” uma área de 1,8 milhão de quilômetros quadrados. É uma área que até então não contava com informações cartográficas terrestres.
O vazio corresponde a 35% do total do território amazônico e concentra-se em áreas de floresta e de fronteira, nos Estados do Amapá e do Amazonas, além de parte do Acre, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Roraima.
O projeto alcançou, em 2015, execução de 71,14% da meta. O investimento com recursos da União é de mais de R$ 333 milhões, dos quais R$ 237 milhões já foram executados. A iniciativa compreende a elaboração de cartas náuticas, mapeando os principais rios navegáveis da região, e também cartas geológicas, mostrando os potenciais geológicos da área. A previsão é que os trabalhos estejam finalizados até 2018.
Da área total do vazio cartográfico, cerca de 1,6 milhão de quilômetros quadrados é de vegetação densa, sendo necessário utilizar ferramentas tecnológicas capazes de atravessar as copas das árvores, para registrar a correta altimetria do solo. “Esse mapeamento é inédito e servirá para diversas aplicações na Amazônia”, ressalta o diretor-geral do Censipam, Rogério Guedes Soares.
Parte da Amazônia foi imageada na década de 1970, por meio do Projeto RadamBrasil, no entanto, em escala menor e sem a adequada altimetria do solo. “Na época, não havia tecnologia capaz de atravessar as copas das árvores para coletar o movimento altimétrico do solo. Hoje, já temos. Além disso, conseguimos fazer as cartas numa escala muito maior”, explica o diretor do Censipam, acrescentando que apenas 155,4 mil quilômetros quadrados da área total mapeada não é coberta por floresta.

Mapeamento terrestre
Todo o trabalho da cartografia terrestre é feito pelo Exército Brasileiro. Segundo o coronel Marcis Mendonça Júnior, gerente do projeto pelo Exército, o mapeamento permitirá um maior conhecimento sobre a Amazônia. “Contribuirá ao Brasil conhecer a parte ainda não mapeada do seu território”, ressaltou.
O Exército já entregou ao Censipam 1.087 cartas terrestres, todas geradas por meio do projeto. Dos 1,8 milhão de quilômetros quadrados do vazio, 1,142 milhão quilômetros quadrados foram sobrevoados, sendo que, deste total, 902,18 mil quilômetros quadrados já foram processados (80% dos dados).
A previsão é de que, até o fim de 2016, o restante dos dados seja captado. Com recursos do projeto, o Exército já construiu um Centro de Processamento de Imagens, para a elaboração das cartas. As imagens também estão servindo para produzir outros produtos, como mapas de previsão de risco, estudos de implantação de infraestrutura e a extratificação da vegetação.

Mapeamento fluvial
Outro foco da iniciativa é a segurança da navegação, tanto para o transporte de cargas como o de pessoas. Para isso, estão sendo mapeado os principais rios navegáveis da Amazônia, trabalho a cargo do Centro de Hidrografia da Marinha (DHM). A produção de novas cartas náuticas ou a sua atualização é de grande importância, tendo em vista que os rios estão em constante movimento. As cartas são construídas com a utilização de barcos especializados para essa finalidade. Para atender ao projeto, foram construídos cinco navios, todos pela indústria nacional, sendo que o último deles foi entregue no ano passado.
A Marinha mapeou, de 2008 a 2015, mais de 35,8 mil quilômetros quadrados de rios e trechos navegáveis da Bacia Amazônica. Esse trabalho resultou na produção de 115 cartas náuticas, entre novas e atualizadas. A previsão é produzir outras 41 cartas até 2018.
É por meio das hidrovias que são escoadas mais de 95% das exportações da região, formadas por produtos como caulim, celulose, bauxita, soja, fertilizantes, petróleo e gás liquefeito de petróleo (GLP); além de produtos eletroeletrônicos, automotivos, óticos, químicos, termoplásticos e metalúrgicos da Zona Franca de Manaus.
O projeto concentra-se, ainda, em mapear os potenciais geológicos da região. Essa parte do trabalho é executada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Foram realizados levantamentos aerogeofísicos de 570 mil quilômetros quadrados e produzidas 29 folhas de mapeamento geológico, que somam 477 mil quilômetros quadrados. Outros cinco aerolevantamentos de uma área de 277 quilômetros quadrados estão sendo concluídos.

Cartografia
O plano de mapeamento foi lançado em 2008 e tem o Censipam, como coordenador, de um lado; e Marinha, Exército e CPRM, como executores, de outro. Os produtos cartográficos auxiliarão no planejamento e execução de outros projetos, como a construção de rodovias, ferrovias, gasodutos e hidrelétricas.
Também vai contribuir para a demarcação de áreas de assentamentos, terras indígenas, áreas de mineração, agronegócio e na elaboração e apoio ao zoneamento ecológico, econômico e ordenamento territorial, à segurança territorial, ao escoamento da produção e ao desenvolvimento regional.
As informações ajudarão, ainda, na ampliação do conhecimento sobre a Amazônia Brasileira e na geração de informações estratégicas para monitoramento de segurança e defesa nacional, em especial, nas fronteiras.
Fonte - Portal da Amazônia  12/03/2016

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