segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Enfrentamento da pobreza urbana no Brasil é tema de seminário na sede da ONU em Nova York

Políticas públicas

Evento da UNESCO e parceiros discute avanços e desafios da superação da pobreza nos centros urbanos, com destaque para as favelas brasileiras.Com a participação de diferentes atores, como o governo brasileiro, a Central Única das Favelas (CUFA), pesquisadores e organismos multilaterais, o Seminário Pobreza Urbana e Desenvolvimento no Brasil: a periferia no centro da agenda pós-2015 acontece nesta sexta-feira (18), em Nova York.

Revista Amazônia

Políticas públicas desenvolvidas nos últimos 12 anos pelo governo brasileiro, com a participação da sociedade civil, resultaram na saída de 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza. O Brasil tem elevado grau de urbanização e, por isso, parte desta população pobre vive nos grandes centros e as favelas estão presentes em todas as metrópoles brasileiras.
Com a participação de diferentes atores, como o governo brasileiro, a Central Única das Favelas (CUFA), pesquisadores e organismos multilaterais, o Seminário Pobreza Urbana e Desenvolvimento no Brasil: a periferia no centro da agenda pós-2015 acontece nesta sexta-feira (18), em Nova York. O seminário discutirá o perfil da população que vive em favelas, as mudanças estruturais ocorridas recentemente no Brasil que repercutiram na qualidade de vida dessas pessoas, a melhoria dos serviços públicos oferecidos a elas e como as novas demandas da população se somam à agenda de inclusão social.
Demonstrando como o Estado brasileiro se organizou para se tornar presente nessas comunidades, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, abordará os resultados do Plano Brasil Sem Miséria e como as ações de garantia de renda, inclusão produtiva e melhoria no acesso aos serviços foram desenhadas e implementadas.
“Nós temos um desafio grande. Estamos superando as desigualdades, conseguimos superar a fome e vamos continuar reduzindo a pobreza. E existe um esforço a ser feito que é superar o preconceito contra a população pobre, que trabalha e quer oportunidades”, afirmou a ministra.

Sociedades subterrâneas
Professora de Psicologia Social da London School of Economics and Political Science (LSE), Sandra Jovchelovitch falará do trabalho realizado em parceria com o escritório da Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil. Intitulada “Sociabilidades Subterrâneas”, a pesquisa analisou padrões de sociabilidade e de regeneração social desenvolvidos nas favelas do Rio de Janeiro.
O projeto investigou como as comunidades das favelas, apesar das duras condições de vida, da pobreza e da segregação, vêm sendo capazes de mobilizar recursos – individuais e coletivos – para resistir à exclusão, lutar contra a marginalização e reescrever as relações entre as favelas e o restante a cidade.
Na ocasião será apresentado também outro resultado deste projeto, que é a publicação “Desenvolvimento social da base em favelas do Rio de Janeiro: um guia prático”. Lançado no Brasil em julho deste ano o Guia contém ferramentas, informações e conceitos fundamentados em evidências sobre o modelo de desenvolvimento social encontrado em organizações de base. A publicação é voltada para os interessados em elaboração de políticas públicas e estratégias bem-sucedidas e abordagens inovadoras de trabalho com organizações de base desenvolvidas no Brasil. O Guia está disponível no site da UNESCO e alguns exemplares serão distribuídos no local do evento.

Quebra de mitos
Um dos fundadores da CUFA e presidente do Data Favela, Celso Athayde, será um dos comentaristas e falará sobre os resultados das pesquisas realizadas pelo Data Favela – o primeiro instituto voltado para compreender a realidade das favelas brasileiras.
Segundo o instituto, um em cada quatro moradores das favelas brasileiras são beneficiários do programa Bolsa Família. A pesquisa mostra ainda uma quebra de mito: Sete em cada dez beneficiários do programa que moram em favelas trabalham.
Nos últimos 10 anos, com mais trabalho e renda, a população de baixa renda ascendeu economicamente. Nas favelas, muitos se tornaram microempreendedores individuais (MEI). Pesquisa de 2015 do Data Favela revelou que ser o dono do próprio negócio é o desejo de quatro em cada dez moradores de favelas brasileiras. A pesquisa revela ainda que 51% das pessoas que pretendem abrir o próprio negócio nessas comunidades são do sexo feminino.
A especialista sênior do Banco Mundial para Proteção Social e Trabalho, Maria Concepcion Steta, e a diretora da Área Programática da UNESCO no Brasil, Marlova Noleto, também participam do debate.

Diálogo entre favelas do mundo
Após o seminário, haverá o lançamento da CUFA Global, que tem o propósito de estabelecer diálogo com favelas de outros países. Segundo o presidente da organização não governamental, Preto Zezé, será uma oportunidade de levar para o mundo as experiências exitosas de um novo Brasil. “São pessoas que saíram da miséria, criaram empresas e transformaram dificuldades em oportunidades”, destaca.
Preto Zezé disse ainda que é preciso garantir conquistas e ampliar direitos. “Não haverá uma sociedade melhor se não forem superados os problemas seculares de falta de acesso às políticas públicas e de melhoria na qualidade de vida.”

Serviço
Seminário Pobreza Urbana e Desenvolvimento no Brasil: a periferia no centro da agenda de desenvolvimento pós-2015 e Cerimônia de lançamento da Central Única das Favelas (CUFA) Global
Quando: Sexta-feira (18), das 15h às 18h - Onde: Sala do ECOSOC, Sede da ONU, Nova Iorque
Programa e mais informações: http://www.mds.gov.br/seminario-cufa-ny e https://www.facebook.com/MDSComunicacao
Os eventos serão transmitidos ao vivo por meio do site  - webtv.un.org 
Fonte - Revista Amazônia  21/09/2015

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